Dia da Floresta Autóctone

O Grupo disciplinar 520, de Biologia/Geologia, cumprindo uma tradição de sempre e de acordo com o Plano Anual de Atividades, mais uma vez comemorou o Dia da Floresta Autóctone. A relevância desta comemoração advém da importância de enaltecermos o aproveitamento das espécies florestais bem adaptadas às condições edáfico-climáticas da nossa região, daí a designação de autóctones.

Numa altura em que a humanidade é confrontada com o enorme desafio das alterações climáticas e do aquecimento global, as árvores autóctones, são os nossos melhores aliados na mitigação de tão graves problemas.

Sem nunca esquecermos que o Planeta Terra só tem vida, porque tem árvores, urge incentivarmos o culto e respeito que por elas, algures no tempo, perdemos. Para isso nada melhor que incutir esses valores nos jovens, como grandes motores das mudanças sociais.

Por isso, em 2019, escolhemos como alvo, uma espécie quase desaparecida do nosso território, a Zêlha - Acer monspessulanum. Resistiu e resiste no Concelho de Pinhel, mais especificamente no Bogalhal Velho. Só já ali existem meia dúzia de exemplares.

No Outono desse ano, de 2019, com os saudosos alunos do primeiro Curso Profissional de Proteção Civil, apanhámos as sementes, semeámo-las e durante dois anos cuidámos delas. Hoje plantamos as 3 primeiras no Jardim da Escola. Estão pequeninas, porque como a maioria das espécies autóctones, têm crescimento muito lento.

Hoje, os alunos envolvidos foram os das turmas do Curso Profissional de Proteção Civil do 10.º e 12.º anos e ainda os alunos de Biologia/Geologia do 11.º ano, acompanhados pelas Professoras Júlia Parreira, Gabriela Cunha, Gastão Antunes e pela Professora Rita Teles da Educação Especial.

Se sobreviverem, como nós esperamos, um dia daqui a alguns anos estes alunos, dirão de certeza com orgulho, o que outros hoje já dizem quando regressam à Escola, “esta árvore fomos nós que a plantámos”!

Dando voz às árvores, obrigado a todos pela iniciativa!

Logo que o tempo o permita, outras turmas repetirão o gesto, na expetativa de que nalgumas mentes germine e cresça esse merecido respeito por seres tão importantes e infelizmente, por vezes maltratados por tanta insensibilidade, senão mesmo maldade.

Para os mais curiosos fica uma breve caraterização da espécie retirada do site:

http://www.arvoresearbustosdeportugal.com/portfolio-item/zelha-acer-monspessulanum/

A zêlha é uma das duas espécies de aceráceas autóctones do nosso território, sendo a outra, o bordo (Acer pseudoplatanus). Árvore nativa da região mediterrânica, facilmente reconhecível pelas suas pequenas folhas trilobadas que no Outono ficam com tonalidades amarelo, laranja ou vermelho. O paralelismo dos frutos também ajuda a distinguir este ácer dos outros. Grande arbusto ou pequena árvore de folha caduca, de 3 a 7 metros de altura. Cresce em bosques claros, matagais e baldios, com preferência por solos calcários e secos.

Em Portugal: a zêlha é espontâneo a norte do Tejo, mas rara. Encontra-se com maior frequência na Estremadura (serras de Candeeiros, de Montejunto e de Arrábida), no centro (serra do Açor), e norte interior (Douro, Beiras e Trás-os-Montes).

Usos: espontânea ou cultivada como árvore ornamental em parques e jardins, em alinhamento nas avenidas e alamedas, bem como em sebes. A partir de finais de Outubro-Novembro as folhas exibem uma interessante coloração, ficam amarelas, laranja ou vermelhas, antes de caírem no fim do Outono. Também devido às suas raízes profundas torna-se uma árvore útil no combate à erosão dos solos. Quanto aos insectos, estes e particularmente as abelhas, encontram nas flores melíferas da zêlha um abundante e excelente néctar.

Madeira de boa qualidade, dura, densa, clara (tons rosados ou avermelhados), homogénea com uma granulação fina, fácil de trabalhar. Utilizada em marcenaria, carpintaria, torneamento e no fabrico de instrumentos musicais como as gaitas-de-foles na região de Miranda do Douro.